segunda-feira, 2 de abril de 2012

Violino ou Guitarra - O conflito de gerações na orquestra corporativa


Navegando hoje pelas redes sociais, encontrei um vídeo do professor e filósofo Mário Sérgio Cortella, que muito admiro, e que em certo ponto abordava esse assunto. Na verdade o vídeo ia um pouco além, falava sobre o impacto da vida moderna nas novas gerações e como essa tão falada Geração Y está sendo influenciado pela urbanização das relações sociais e o impacto disso nas relações dentro das empresas. Cortella atenta ao fato de que a criação distanciada dos pais e dos avós proporciona uma perda da compreensão de autoridade, hierarquia e maturação de processos. Segundo ele, essa postura influencia diretamente nas relações interpessoais dentro das empresas, que recebem jovens cada vez mais qualificados e, ao mesmo tempo, mal educados. Mas a parte que mais me chamou a atenção trata justamente da pressa e da ausência de paciência com a qual nós, estamos nos acostumando a viver.

A troca de informações, a velocidade das compras, a intensidade da busca por novas experiências que vão desde as redes sociais, aplicativos para celular, todo o universo mobile, só de pensar em todas as possibilidades é como se um turbilhão de bites invadisse nossa mente. Além de todo o dinamismo que a internet 2.0 está trazendo para a vida do usuário, o compartilhamento entre as redes, algoritmos que adivinham o que você quer antes mesmo de você se dar conta disso, lojas virtuais que traçam um perfil socioeconômico dos visitantes depois de alguns cliques, justamente para ofertar futuramente algo que se encaixa perfeitamente no estilo de vida desse usuário que, segundo Cortella, é um nativo digital, que nasce acostumado com a mobilidade, instantaneidade, simultaneidade e velocidade, que se traduz em: tudo agora, já, ao mesmo tempo e junto.

Voltando a analisar tudo isso no contexto corporativo, a mistura de gerações não é apenas uma boa alternativa, mas se torna uma prática essencial para que a empresa possa aproveitar o melhor dos dois lados. Nessa situação, a capacidade dos gestores em harmonizar esse ambiente é fundamental. Por um lado os mais novos agrega um tremendo senso de urgência, um alto nível de adaptação a novas plataformas e novos conceitos, o que ajuda muito num mercado cada vez mais caótico. Por outro lado, a capacidade dos mais antigos de trabalhar em cima da paciência, persistência e resistência são um ativo importantíssimo, afinal, ainda somos seres limitados pelo tempo e cada um tem o seu próprio ritmo, e é preciso saber respeitar isso.

Como o próprio Mário Sérgio Cortella diz, é nesse momento que a capacidade de concertar tudo isso por parte dos gestores é essencial. Sim! Concertar com “c”, que vem de concerto. Para que a orquestra corporativa não desafine e que instrumentos clássicos como violino ou um violoncelo, estejam em comunhão com as guitarras e contrabaixos da juventude.


Por Adriano Carioca Santos

"Acredito que o sucesso se faz em conjunto, unindo mentes criativas e atitudes corajosas. É preciso ter gana pra fazer o inimaginável, o inalcansável. Não basta ser muito bom, ser o melhor não significa nada. Você precisa ser diferente, ser notável. Boas idéias morrem sem a audácia de "fazer acontecer". Precisamos ser "imparáveis" e estar nessa pela jornada, e se comprometer em aprender e ensinar cada dia mais."

Twitter: @adrianoresolve

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